Criando um Tema para o Zola
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O Zola tem um subsistema simples e robusto para criação de templates, o Tera, que é baseado no Jinja2 e no Django. Apesar disso, provavelmente por não ser um projeto muito difundido [ainda], o Zola não tem muitos temas disponíveis, o que obriga o administrador a colocar a mão na massa.
Apesar ser um ponto negativo do Zola, criar um tema é bom pois muitas vezes é preciso mudar algo na estrutura do site. Além disso, essa é a melhor forma de conhecer um pouco do motor do Zola e contribuir para o ecossistema do projeto.
História
Eu comecei no Zola usando o after-dark, mas com pouco tempo de uso já estava insatisfeito, pois ele não era muito amigável para leitura. Pesquisando por um novo tema, tive a ideia de fazer algo minimalista e retrô e já estava quase começando um CSS do zero, quando esbarrei no BOOTSTRA.386 para o Bootstrap e era exatamente o que queria.
O tema me remete às tardes de sábado, quando eu acompanhava meu pai e um amigo dele lá em casa, instalando e configurando jogos de MS-DOS, no fim dos anos 90. Só quem viveu essa época sabe o que era esperar dias para baixar um arquivo de poucos MBs e penar em telas de configuração, editando arquivos texto e configurando interrupções. Resumindo a história, eu tinha achado o modelo que queria e estava pronto para começar. Passei ≈4 dias brincando de webdesigner e nos próximos parágrafos resumo o que aprendi e os resultados.
O Processo
A primeira coisa a se fazer para criar um tema é ter modelos de design e de estrutura para seguir, pois o primeiro ajudará no layout final e o segundo, a colocar esse layout no Zola. No meu caso, usei o BOOTSTRA.386 e o Dinkleberg, recorrendo ao after-dark e ao HUGO.386 para resolver alguns detalhes. Depois convém definir as integrações web e comigo, identifiquei o Google Analytics, o Disqus e o Twitter.
O próximo passo é a modelagem, que deve ser feita em blocos, visando entender onde há repetições. Assim, identifiquei a barra de navegação, os títulos de páginas, a barra lateral, o conteúdo da página e o rodapé como blocos principais do site, que se tornariam blocos no Tera para evitar repetição de código. Comecei modelando pela parte que tende a ser geral em todas as páginas, o cabeçalho HTTP, ajustando variáveis e criando novas para me ajudar no futuro --como a seção para o Google Analytics.
Fui então para a etapa de criação do esqueleto do site em HTML, criando as partes complementares do index.html
, o page.html
, o 404.html
e o macros.html
--esse último é opcional e serve para colocar códigos que se repetem no site. Com o esqueleto pronto, era hora de aplicar o CSS e os JavaScripts, colocando as marcações de tags de acordo. Essa etapa demorou, pois envolvia analisar cada elemento do BOOTSTRA.386 e determinar qual o mais adequado para cada seção do site.
ZOLA.386
Depois de muitos testes, o ZOLA.386 estava funcionando perfeitamente nos meus testes. Hora de polir o código, inserir comentários e documentar --ainda não tinha criado um repositório, coisa que fiz na sequência. Como eu queria contribuir para o Zola, coloquei o código no formato exigido e pronto.
Push para o GitHub, novo site no Netlify, integra, deploy, corrige erros, commit, repete até ficar certo. Faltava agora só aplicar o ZOLA.386 no meu site. Feito isso, e corrigindo mais uns erros, o tema já estava valendo aqui e o pull-request já tinha sido aceito no repositório oficial de temas do Zola.
Essa é a mais pura essência do software livre: Adaptar o software ao seu uso e contribuir com a comunidade. O ZOLA.386 ficou do jeito que eu queria e estou bastante satisfeito --apesar de saber que vou mexer bastante nele. Agora dá pra continuar a escrever.
Seguimos.